Mockup da revista
Projeto final para o curso de Design de Mídias Digitais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, realizado no semestre 2019.1. Tem por objetivo criar uma experiência de leitura para jovens e adultos, por meio de uma história em quadrinhos que usa a realidade aumentada como elemento narrativo em conjunto ao material impresso.
A ferramenta de realidade aumentada utilizada foi o aplicativo Artivive. Criada pensando-se na facilitação do uso da tecnologia por artistas, permite rápido reconhecimento das telas e sobreposição por imagens estáticas ou vídeos.
A versão digital pode ser baixada aqui (recomenda-se ler no Adobe Reader)
Roteiro
A história é protagonizada por uma versão personificada da Morte, numa tentativa de diminuir o medo pelo tema e deixar de tratá-lo como um tabu. De forma reflexiva/filosófica, tenta-se demonstrar como a morte natural é um momento importante que não deve ser considerado como algo negativo e passível de sofrimento.

Originalmente escrito para ser uma prosa poética, imaginando o que a morte pensaria sobre nós se andasse no meio da humanidade. O texto passou por adaptações para se adequar ao formato de história em quadrinhos, podendo ser divido entre duas partes: uma de monólogo e outra de diálogo. 

Por ser minha primeira experiência produzindo esse tipo de obra, a primeira versão possuía as falas eram monótonas e pouco naturais. Com o avançar do desenvolvimento, acrescentei mais textos na parte de monólogo e tentei criar uma atmosfera minimamente dramática e emocional para o trecho de conversa.
Personagens
Morte

Inspirada na cantora japonesa Aimi Haraguni, tem a aparência de uma jovem ruiva de olhos dourados, vestindo roupas estilo “rockeira”. Entre as quais sua jaqueta com o símbolo ankh, uma homenagem à personagem de mesmo nome da série Sandman (de Neil Gaiman) e uma metáfora de que “a vida envolve a morte”. Além disso, ela possui um bolso interno infinito, do qual pode-se retirar qualquer objeto que desejar.

Diferente das cores escuras comumente usadas em suas representações, foram escolhidas cores claras, porém pouco saturadas, dando-lhe um visual menos sombrio. O intuito é, assim como na história, transmitir para a morte uma imagem menos “pesada”.
Concept arts das expressões faciais e do vestuário
Nesta história a morte é retratada como um psicopompo, ou seja, como uma entidade que não age diretamente para o fim da vida dos seres. Ela prepara aos poucos as pessoas para quando chegar a hora delas deixarem este mundo, evitando arrependimentos. Além disso, mostra-se visualmente em um lugar, mas é onipresente.

Sobre sua personalidade, a Morte na maior parte do tempo é séria ou indiferente. Embora esteja antenada das tecnologias modernas, prefere desenhar as pessoas que considera interessantes, ao invés de simplesmente fotografá-las.
Versão final da personagem
Órfã

É uma jovem negra sem nome que perdeu os pais ainda criança. Por causa de
sua saúde frágil de nascença, teve que passar boa parte de sua vida no hospital e no ponto em que acontece a história, raramente sai de seu quarto. Apesar disso, ela algumas vezes imaginou como seria sua vida fora dali caso fosse possível, por meio dos filmes e livros.

Embora ela tenha uma doença terminal, optou-se por uma aparência menos fragilizada e abatida, dando-lhe no máximo olheiras sob os olhos. Ela usa roupas padrões de hospital com cores neutras e não usa adereços.
Concept arts e versão final da personagem
Rascunhos como estudo de "ângulos de câmera" e de cenas
Boneco / Storyboard
Primeira versão

Primeira tentativa de “combinar” os textos do roteiro com imagens. Tive que pensar em quais ângulos as cenas deveriam ter e como diagramar os quadros na página, e modo que criasse um ritmo de leitura. No entanto, foram cometidos alguns erros no processo.

Primeiro, embora estivesse pensando em como combinar as cenas com o roteiro, não fiz um estudo do posicionamento dos textos dentro dos quadros. Com isso, eu não tinha como saber se as imagens, e consequentemente os quadros, estavam pequenas ou grandes demais para os textos que elas representavam.

Segundo, não me atentei ao fato da personagem Morte ser visível apenas pelo aplicativo de realidade aumentada, colocando-a nas cenas como se ela estivesse presente na revista impressa.

Terceiro, ao fazer em lápis e papel, impossibilitei de editar as páginas caso fosse necessário, podendo apenas incluir imagens de cenários, e reaproveitar os desenhos.
Segunda versão

Feito inteiramente por meio digital, desde a diagramação das páginas com o InDesign, até os desenhos e organização dos textos com o Paint Tool Sai e Photoshop, respectivamente.

Para não me esquecer novamente do que seria visto ou não na revista, usei cores diferentes para os elementos: o que estivesse em escala de cinza, sairia na impressão, o que estivesse colorido, seria visto pelo aplicativo. Desse modo, pude ver com mais clareza como poderia “encaixar” os dois tipos de elementos, e ao mesmo tempo sem que estes atrapalhassem a leitura dos textos.

Como eu tinha imaginado somente a Morte presente em alguns dos primeiros quadros da história, tive que pensar em algo para “ocupar seu espaço” no material impresso. Assim, cheguei à ideia de por uma borboleta negra em seu lugar, que acompanha a Morte no decorrer do conto. Com isso, precisei apenas fazer algumas adaptações quanto à primeira versão do boneco.
Tipografia
​​​​​​​No primeiro teste das tipografias, verifiquei quais delas proporcionavam melhor legibilidade na impressão e qual delas considerei que combinavam mais com um “texto de pensamento” e com a personalidade da personagem principal.

No segundo teste, verifiquei quais os tipos de cores, contornos e efeitos estéticos poderiam proporcionar melhor visibilidade nos variados contrastes dos cenários presentes nas páginas.

Por fim, foi escolhida uma única fonte (Classic Comic) tanto para pensamentos, quanto para falas, diferenciando os dois tipos de texto por meio dos balões, o que possibilitou maior destaque ao texto.

Decidi usar cores diferentes para definir os balões pertencentes à protagonista ou à coadjuvante.
Testes de tipografia e possibilidades de balões
Capa
​​​​​​​Devido ao nome preliminar da obra, imaginou-se a capa mostrando a personagem principal da história ou em uma visão a partir da perspectiva desta.
Rascunhos para a capa
Com o nome definitivo, optei por trabalhar a relação da morte com a finitude do tempo (representado pelo relógio) e com seu oposto, a vida (representada pela flor), esta última tendo sido retirada na versão final entregue. 

Ao mesmo tempo, a "transformação" dos pedestres em esqueletos remete à ideia de igualdade e de todos terem o mesmo destino no final da vida, fazendo jus ao título "Lembre-se de que és mortal" ou "Lembre-se da morte" (tradução literal do latim).
Etapas de criação e versão final da capa e contra-capa
Memento mori
Published:

Owner

Memento mori

Published: